O Projeto de Lei 2.717/2019, atualmente tramitando na Comissão Permanente de Saúde da Câmara dos Deputados, é mais que um erro técnico-legislativo, é um verdadeiro ataque à estrutura do sistema de saúde brasileiro, à segurança dos pacientes e à integridade das profissões regulamentadas.
Este projeto busca atribuir a outras profissões atividades típicas da Estética profissional, criando uma confusão perigosa entre campos de atuação que, por razões éticas, técnicas e legais, devem ser claramente delimitados em lei. A aprovação desse PL colocará em risco a vida, a segurança e a confiança de milhões de brasileiros.
Na área da saúde, cada profissão cumpre uma missão insubstituível:
Cada uma dessas profissões tem um papel definido. Misturar suas atribuições é desrespeitar a própria razão de existir de cada curso, cada currículo, cada Conselho Profissional!
Se aprovado, este PL permitirá que profissionais que não possuem formação específica em Estética comecem a atuar nesse campo com base apenas em cursos de pós-graduação, o que é tecnicamente insustentável e juridicamente equivocado.
Isso significa, por exemplo, que poderemos ter:
Essa “flexibilização legislativa” rompe com o senso de responsabilidade e coerência que o sistema de saúde requer. Além disso, cria um efeito dominó onde faltará mão de obra qualificada onde mais se precisa, pois os profissionais migrarão para áreas que prometem retorno financeiro, mas para as quais não foram plenamente formados.
A Lei Federal 13.643/2018 já regulamenta a profissão de Esteticista, fixando suas competências, exigindo formação específica em curso superior ou técnico.
Permitir que outros profissionais passem a exercer essas funções sem formação de base na área de Estética, é uma ofensa direta ao princípio da legalidade (art. 5º, II da CF), à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CF) e à própria segurança do consumidor (CDC, art. 6º, I e VIII).
É também uma agressão institucional ao profissional Esteticista, que já sofre por não ter seu próprio conselho profissional, sendo o elo mais frágil entre as profissões da saúde — e, por isso mesmo, alvo fácil de interesses políticos.
O PL 2.717/2019 deve ser arquivado imediatamente. Ele não contribui para a saúde pública, não respeita as profissões regulamentadas, e apenas cria insegurança, improvisação e competição desleal.
Este não é um debate sobre estética, é um debate sobre ética, coerência, justiça social e proteção ao cidadão brasileiro.
Estética é com Esteticista! E é com muito orgulho, técnica, biossegurança, empatia e respeito ao paciente.
Por isso, conclamamos todos os profissionais da Estética, os parlamentares comprometidos com a saúde pública, os órgãos de controle e os cidadãos conscientes a se posicionarem contra esse projeto inconstitucional e perigoso.
Não aceitaremos ser usados como moeda política.